sábado, 3 de setembro de 2016


Resenha Menina Má de William March






  Eu já tinha a intenção de ler Menina Má e estava planejando baixar no Le Livros já que é uma edição bem cara, e ultimamente estou tendo que adiar meu sonho de ter uma estante de livros por uma série de motivos: não tenho espaço para tê-la, não tenho dinheiro e nem se quer tenho uma estante.... Até que por um acaso achei uma promoção na submarino e paguei apenas R$13,5 nessa edição.


Enfim, ao livro:

   A obra foi publicada 1954 sendo o último livro do americano William March, pois esse morreu meses depois da publicação não podendo assim desfrutar do seu grande sucesso. Se tornando repentinamente um best seller, Menina Má ganhou uma adaptação aos cinemas em 1956 que foi muito criticada por ter um final diferente, porém isso não impediu o êxito em bilheteria. Tal romance revolucionou os livros e filmes de terror da época e até nos dias de hoje vemos a influência da obra; um exemplo é o livro Precisamos Falar Sobre o Kevin de Lionel Shriver.



 " Será a maldade uma espécie de semente que carregamos dentro de nós, capaz de brotar na mais adorável das crianças?"

    Rhoda Penmark é uma menina de apenas oito anos de idade aparentemente normal, linda, cabelos louros, queridinha por todos, menos pelas crianças de sua idade. Inteligente, extremamente organizada, conquista todos com suas covinhas rasas e seu jeito tradicional de se vestir. Sua maturidade é facilmente reconhecida inclusive por sua mãe Christine, uma mulher, também de ótima aparência, que até então se considera sortuda por ter uma filha tão organizada e diferente das demais crianças.

    No entanto há traços na personalidade de sua filha que Christine prefere ignorar: manipuladora, egocêntrica, dissimulada e fria, demonstra sentimentos apenas quando convém. A menina sempre consegue o que deseja principalmente quando se trata da melhor amiga de Christine: Monica Breedlove, a vizinha que mora com o irmão e faz de tudo para agradar Rhoda. No entanto, há uma pessoa que é imune aos seus encantos: o repudiado zelador do condomínio Leroy, que atormenta a menina em todo o tempo até esta chegar a seu limite.




    No dia 7 de junho dia do piquenique da escola primária de Fern um acontecimento provoca um turbilhão de pensamentos em Christine: será que sua pequena filha pode estar envolvida com a morte de uma criança, enquanto todos dizem ser um acidente? Os pensamentos tomam conta de sua cabeça e a fazem ver Rhoda com outros olhos. Christine revê acontecimentos passados e aquela não era a primeira vez em que Rhoda estava ligada a certas barbaridades. Ela começa a examinar a personalidade insensível de sua filha, antes achava ser apenas ingenuidade, mas agora a compara com a de psicopatas.
  
    Ao longo da escrita descobrimos que há muito tempo Rhoda vem demonstrando essa peculiaridade que é a carência de sentimentos, porém seus pais optam por fugir dos fatos, e é por isso que o sr. Penmark prefere trabalhar longe de sua família, deixando na maioria das vezes a responsabilidade de criação à Christine.

   O livro é totalmente inovador para a época, nunca se havia atribuído à uma criança um papel tão perverso como esse. A ideia de uma criança má conciliou perfeitamente com o terror e por isso podemos dizer que o livro é uma das MAIORES BASES para os filmes de terror da atualidade, como os clássicos: Colheita Maldita, O Exorcista, A Órfã, e inúmeros outros. Se você, como eu se perguntava o porquê de os filmes de terror insistirem em trazer as crianças como antagonistas, ou simplesmente provedoras do mal, uma das respostas é o sucesso e a influência de A Tara Maldita (filme do livro)

   Desde o começo da leitura a maldade de Rhoda nos é passada (o nome da obra já indica tudo) por isso ela não nos transmite grande suspense, com exceção da parte final. Assim sendo, não se trata de um livro de grande agonia, não provoca um frio na espinha ou algo do tipo, no entanto é uma estória mirabolante e as personagens principais -descritas por William March com excelência- transmitem algo que nos faz refletir sobre a desumanidade e, principalmente, sobre a procedência de nosso caráter. Rhoda com sua crueldade e astúcia destrói com o perfil de criança que nós temos, por isso depois do final da leitura você terá dificuldade em ver uma criança da mesma forma em que via. 


Título: Menina Má

Autor: William March

Ano: 1954 

Gênero: Thriller/Suspense 

Páginas: 272 

Editora: Darkside Books










  Uma história REAL de uma menina de seis anos diagnosticada com psicopatia, que queria matar os pais me fez lembrar perfeitamente de Rhoda, confira o vídeo abaixo:







   



sexta-feira, 29 de julho de 2016

Resenha: Ratos, Gordon Reeice


Título: Ratos

Autor: Gordon Reece

Gênero: Thriller/Suspense

Páginas: 240

Editora: Intrínseca

Ano: 2011











Avaliação

Capa:          10

Conteúdo:  10





Resenha: Ratos, Gordon Reece 


    Admito que nunca tinha ouvido falar de Gordon Reece muito menos do livro Ratos até ele estar à venda na submarino por 3R$, TRÊS REAAAIS, e com certeza foi a melhor compra que já fiz. Não esperava muito dá obra, mas ela me surpreendeu tanto pela aparência, que é incrível quanto pelo conteúdo; principalmente por ele.

  Shelley é uma adolescente problemática como um enorme baixo autoestima e um sonho de ser escritora; a narrativa inicia com sua mãe comprando o Chalé Madressilva, uma antiga moradia que é excessivamente fora da cidade.Com a mudança Shelley acredita que entrará em uma fase da sua vida que será a menos conturbada, uma calmaria depois de um mar de infelicidades que foi o início da sua puberdade e a separação inquietante de seus pais. No entanto está COMPLETAMENTE errada sobre isso.

  Na transição da infância para a adolescência Shelley -que sempre teve uma ótima convivência com suas três melhores amigas- nota que isso vai mudando conforme elas sofrem as transformações físicas e emocionais da adolescência e Shelley continua a mesma. Essas dessemelhanças fazem com que se torne mais vulnerável no grupo de amigas e assim começa o bullying. No início a menina apenas ignorava os maus tratos das amigas, porém chega ao ponto em que ela não pode mais esconder isso de si nem de sua mãe e nesse momento acontece o ápice da violência.

  Ao comprar o Chalé mãe e filha se acomodam na rotina, não saem de sua toca por nada, Shelley aprendeu a gostar das aulas em casa e até preferia, mas na madrugada do seu décimo sexto aniversário um acontecimento põe toda paz que construíram sobre a casa a perder, uma vez que um ladrão invade o Chalé e destrói suas rotinas e a convicção de falsa segurança que possuíam.


  Ao ler a sinopse desse livro minha impressão era que se trata apenas de uma história de bullying mas vai bem além disso (o bullying é mencionado poucas vezes) a obra gira entorno dos conflitos psicológicos de Shelley e as mudanças na sua vida e de sua mãe que fazem com que elas deixem de ser ratos, ou seja deixem de ser pessoas que fogem de qualquer conflito, que se tornam vítimas de si mesmo. Ratos não enfrentam desafios correm deles e ratos só afrontam gatos quando postos em seus limites.


  A obra é resumidamente inquietante, um verdadeiro Thriller Psicológico onde você embarca e não consegue parar de navegar, é aquele tipo de história que te acompanhara por muito tempo, mesmo depois de ter completado a leitura.



  Gordon Reece realmente da vida as personagens pois no começo elas apenas parecem ser aquilo, ratos humanos, mas quando postas aos seus limites elas criam uma complexidade incrível, realizam feitos nunca imaginados pelas próprias. O autor invade sua mente através da de Shelley e te faz questionar a si, por isso não apenas recomendo a leitura de Ratos, mas insisto para que leiam, pois é um livro fantástico, no entanto não conhecido e tenho certeza que é melhor que muitos romances por aí, porém com um menor prestígio.